Fiquei feliz quando questionada por uma amiga, se andava a conseguir “ocupar” o meu tempo, percebi que não. Não tenho ocupado o tempo para disfarçar o relógio, mas sim aproveitado para fazer aquilo que quero fazer.
Até vos pode parecer a mesma coisa. Mas não é. Em momento algum, nos últimos 16 dias, senti que tinha de me ocupar. A realidade é que, felizmente para a saúde desta alma aprendiz, não tenho mãos a medir para tudo aquilo que quero fazer. (Embora, mea culpa, procrastine muito.)
Fiquei com a pulga atrás da orelha. O que se passará lá fora, na minha vida, para que eu não tenha tempo para as coisas que realmente me fazem sentido? Porque terei eu adiado tanto este e aquele projecto? Ou como é que ainda não percebi onde quero gastar o meu tempo?
A Claúdia dizia-me outro dia que “esta quarentena” ainda me irá trazer muitas respostas, muitos encontros comigo e outros tantos caminhos novos.
Sabem, eu não duvido. É que sou daquelas pessoas que acredita que tudo tem uma razão de ser, que se olharmos para trás, para a nossa história, vamos abanar com a cabeça em jeito afirmativo e dizer, muitas vezes, “tinha mesmo de ser assim”.
Ajuda o facto de em todas as experiências acreditar que até o mau, o sacrifício e a dor são partes essenciais do nosso crescimento. Talvez não o consigamos perceber no momento, mas perceberemos no futuro, naquele onde seremos mais fortes, mais resistentes e mais capazes.
Aqui tenho feito boas descobertas sobre mim, sobre o meu caminho, planos de futuro, sem muito planear. Sem dramas. O tempo neste quarto silencioso de Macau tem-me feito racionalizar, divertir-me comigo e estar bem nesse papel.
Há uns tempos, numa conversa muito sincera, franca e com muito amor, expliquei que as adversidades, mudanças de planos e resistência a que 2020 nos obrigou, fez-me aprender que somos duros e difíceis de quebrar. Cada um de nós. Que os nossos limites são definidos aqui, dentro de nós, nunca de fora.
Aprendi também aquilo que estas paredes insistem em repetir, nós somos capazes de tudo aquilo em que acreditarmos. E até de mais, de mais um bocadinho, de mais um passo, de mais um dia. Desde que com empenho e amor. E quem ganha a confiança de tudo ser capaz, saberá que sempre vencerá.
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