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Da janela do meu quarto – Fim

Da janela do meu quarto· destaque· Quarentena

26 Jan


Continuo a impressionar-me com o ser humano. É uma máquina de surpresas e coisas inesperadas tantas vezes injustificáveis ao olhar dos mortais. Estou cada vez mais certa de que somos capazes de tudo, mesmo o que achamos ser impossível.

Dizia-me um médico, que mais do que isso meu amigo é, que “está cientificamente provado que o impossível não existe”. Um bocadinho influenciada pela admiração que lhe sinto, amei a ideia.


A experiência dos 21 dias continua muito presente no meu pensamento. Muitas vezes de forma involuntária e quase inconsciente. Não procuro pensar sobre o que foi, o que mudou, se é que mudou alguma coisa. Não procuro sequer atribuir-lhe um sentido, nem um valor que a sociedade diz que não deve ter. É o que é, para cada um de nós.

No entanto não posso deixar de notar nesta capacidade que temos de tornar tudo muito “normal” quando passa a ser a nossa realidade. O ser humano é de hábitos e até a montanha mais difícil de escalar, nós, os humanos, desde que lá, a tornamos a nossa habitual e tranquila realidade. Somos elásticos e adaptamo-nos de forma impressionante.


O isolamento tornou-se um hábito e, por isso, a minha realidade. No entanto, só o soube já “cá fora”, quando confrontada com o número de pessoas na rua, o barulho dos autocarros, a falta de tempo para mergulhar na minha própria rotina, suspensa algures no tempo. Uma exigência de todos e de mim mesma naquilo que seria o meu normal.


Desse lado muitos de vocês quiseram saber como foi regressar. “A que é que sabe a liberdade?”, alguém perguntou. A liberdade soube-me a azedo. Foi confusa, faltou-me tempo para respirar e dei por mim a roçar uma espécie de síndrome de Estocolmo com o isolamento. Foi confuso e o meu corpo fazia-o notar.

Acordava sem noções de que horas seriam, o apetite raramente existia e quando surgia tinha horas muito esquisitas para o fazer.
Acordava às 3 da madrugada com fome e uma hora depois, mesmo de estômago cheio, estava esfomeada. Esquecia-me de tomar o pequeno-almoço e nunca me lembrei de jantar. Às 09 da manhã sentia-me cansada como se fossem 22horas e às 22h estava a dormir desde as 19h.

Durante os quatro primeiros dias, embora impedida por razões profissionais, quis dormir em qualquer canto e esquina. A liberdade soube-me a confusão. A não pertencer ao meu grupo de amigos, à minha equipa de trabalho e ao meu mundinho que diariamente me acolhe.


A falta de sol e ar puro ainda me custa, na cor da pele e no ar saudável. Hoje, 8 dias depois continuo a sentir-lhe a falta. Foi na quinta-feira que acordei alinhada ao relógio. A alegria de sentir que era manhã foi uma primeira experiência. Como isso, houve outras coisas que despertaram o meu entusiasmo e observação.


Tenho-me deslumbrado pela conexão evidente entre o mundo, a natureza e os seres humanos. Num mundo caótico e numa pandemia que insiste em nos trocar as voltas e privar de tanta coisa que assumíamos como garantida, num momento histórico e doloroso para todos nós, é mágico sentirmos que de alguma forma o mundo se ajeita, o humano dá conta do recado e seguiremos em frente.


Numa vela de pavio curto e queimado é reconfortante saber que a esperança não se apagará. Assim nos dita a história, os poros de cada traço de pele que carregamos no corpo e a resistência alheia. Agora não tenho dúvidas de que, de alguma forma, com mais ou menos empurrão, tombo e arranhão nós, tu, eu e todos aqueles que amamos, daremos conta do recado, resistiremos e, mais do que qualquer outra coisa, reinventar-nos-emos.

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Não sei se o azul combina com o vermelho ou se este ano os corsários estão na moda. Não decoro nomes, mas memorizo caras. Embora depois confunda tudo…

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[ E sempre que te faltarem as forças, lembra-te d [ E sempre que te faltarem as forças, lembra-te de quão longe já estás. Longe do dia em que começaste, longe de um eu tão diferente do que és agora. 

Sempre que te assombrarem as dúvidas, lembra-te de todo o caminho que já percorreste e quão longe ambicionas chegar. 

Lembra-te que nem te imaginaste aqui, tão rápido, tão resistente, tão capaz. Tão capaz de mais. Muito mais. 

Honra-te do teu caminho, de todos os esforços a que te obrigaste, de todo o empenho e coragem. Porque todo aquele que sai do seu sítio ganha a medalha da coragem. 

Lembra-te também que há muito mais caminho em frente, e que mais do que ontem, hoje estás melhor preparado. E durante o percurso...aproveita a vista. 💫 ]
[ 💫 - Senta-te aí, olha para mim, esquece a m [ 💫

- Senta-te aí, olha para mim, esquece a máquina. Estás sem ego. Que nome é que lhe deste? Começa com S, não é? Não me interrompas e não tornes isto sério. Quero que te vejas sem ego, estás vulnerável e estás, como é que disseste...em estado de alma? Se não for isto, fica assim. Estás vulnerável, e é preciso coragem para ser vulnerável. Estás a olhar para mim com medo, mas sem medo de ir e é assim que tem de ser. Expõe-te sem reagir, sem destruir o que nem sequer aconteceu só porque tens medo. Avisa o teu ego de que está tudo bem em proteger-te, que o reconheces, sabes que ele está aí, e que todas as histórias más e assustadoras que ele te conta até podem acontecer, mas está certa de que serás capaz de as superar. Diz-lhe isso, obrigada por me avisares, mas eu vou na mesma, eu tento na mesma, eu quero ver na mesma, se der errado, eu volto, agradeço-te de novo e estarei mais atenta, mas para o que vier, não tenho dúvidas que estarei mais preparada e, assim, viverei melhor. 

📸 

Vês? Estás sem ego, isto és tu, a tua alma. 

@irinavazmestre e @amoramil_ ♥️🙏 ]
[ • Feliz dia do beijo • Beijar. Ser com alm [ • Feliz dia do beijo • 

Beijar. Ser com alma no outro. Alma com alma. Carinho e atenção. 

Lembras-te do melhor beijo da tua vida? 

Regressa a esse momento. Volta a sentir as mãos a tremer, o coração a bater e os pés a quererem voar. Ali, o tempo parou, a vida desacelerou e a tua alma serenou. 

Há beijos que sabem a vida, que curam e te segredam que a vida vai continuar, que ali é o teu lugar e só há espaço para amar. 

Há beijos que são vida. Amor. Cumplicidade e companheirismo. 

Há beijos que valem anos de espera, dias de tempestade e horas de dúvidas. 

Há beijos que nos fazem renascer, entender e acreditar. 

Há beijos que nos fazem entender o privilégio que é poder beijar quem ao nosso lado está, quem nos escolheu, que é em nós. Que somos em alguém. Há beijos que sabem a (a)mar. Que são vida e que tanta vida nos dão. 💫

E tu, já beijaste hoje quem tanto amas? 🤍 ] 

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[ Até te ser natural e instintivo, esforça-te to [ Até te ser natural e instintivo, esforça-te todos os dias para te lembrares que tens todas as respostas que precisas em ti.

Lembra o teu corpo que o seu pleno funcionamento te permite ir onde tens de ir. Ir onde queres ir. 

Lembra a tua alma que embora presa a um corpo físico ela é muito mais do que consegues imaginar. É energia. Essência. Luz vital. Sem limites ou limitações. Sem entraves de criação e de ser. 

Lembra o teu coração que ele dita as regras, indica os caminhos e te faz evoluir e ser mais. Todos os dias, ser mais. 

Lembra-te de que tudo és capaz quando ouves o som teu coração. Quando te preparas devidamente, quando defines metas e te propões a ser, em corpo, alma e coração. 

Esforça-te para te lembrares, todos os dias, que a tua chave está em ti. Que o segredo do amor está em ti. Que a tua fonte de concretização está em ti. 

Que o som da vida está em ti. Bem pregado no centro do teu peito. Na casa da tua alma. No teu coração. 

Ouve o som do teu coração 💫 ] 

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