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Hato

amor· destaque

20 Ago

A minha emigração “obrigou” os meus amigos a adoptarem novas rotinas em prol da nossa amizade. Ou da sua manutenção. Acontece que o telefonema e o café ao final do dia não podem acontecer por implicar a interrupção do meu sono profundo. É que na melhor das hipóteses são sete horas que nos separam. Como diz a Rita, “Filipa, tu estás sempre no futuro”.

Assim, de forma a evitar telefonemas durante a minha madrugada, algumas das minhas amigas ligam-me ao seu pequeno-almoço ou no caminho de suas casas aos trabalhos. Assim, pela fresca. Meter a conversa em dia. Para elas, começar bem o dia, para mim, terminar em grande o meu dia de trabalho.

Esta semana, numa dessas chamadas, uma amiga noticiava-me “olha que está a chegar a época dos tufões, vê lá se vens para cá”. Ri-me. Na verdade a época de que ela falava já chegou e já se fizeram sentir uns dias bem quentes devido à passagem (longe) de um tufão. Um esteve mais próximo, mas nada mais do que umas chuvadas intensas.

Do T1 ao T10

Até me mudar para Macau nunca tinha assistido à passagem de um tufão. Testemunhara dois terramotos e incontáveis inundações na colorida cidade dos guarda-chuvas, Águeda. Tantas que até o meu livro de História do 8.º ou 9.º ano ilustravam a tragédia com uma fotografia da nossa cidade. Mas um tufão nunca.

Antes de me perguntarem, tufão e furacão são o mesmo fenómeno, o nome muda devido à localização (podem saber mais aqui). Estas depressões tropicais formam-se em águas quentes, desenvolvendo-se para tempestades tropicais e, ao ganhar força, para (neste lado do mundo) tufões. A época de tufões é de Maio a Outubro, mas é entre Julho e Setembro que os sacaninhas gostam de dar o ar de sua graça, tornando o Verão a estação mais bipolar de sempre.

Antes de vos falar sobre a minha experiência, tantas vezes questionada pelos meus amigos e familiares, importa dar-vos algum contexto. Os sinais de tempestade tropical organizam-se numericamente, por: Sinal 1 (T1) – o tufão localiza-se a menos de 800 km de Macau; Sinal 3 (T3) – ventos entre os 41 km/h e os 62 km/h com possíveis rajadas até 110 km/h; Sinal 8 (T8) – o tufão estará logicamente mais próximo de Macau, com ventos entre 63 km/h a 117km/h e rajadas de 180 km/h; Sinal 9 (T9) – com ventos iguais ao sinal anterior, o tufão está cada vez mais próximo de Macau e, finalmente, o Sinal 10 (T10) em que os ventos, já a poucos quilómetros de Macau, ultrapassam os 118 km/h, com rajadas bem superiores a essa velocidade. (Se quiserem saber mais, enquanto decidem quando é que me vêm visitar, espreitem aqui).

Em termos práticos, T1 serve para avisar a população que há um tufão algures a pelo menos 800 km de nós, no T3 algumas escolas fecham e podem sentir-se algumas rajadas de vento, com T8 é suposto ninguém sair de casa, ou de lugar seguro, as pontes são encerradas (excepto o túnel), o serviço de transporte público é suspenso, o serviço de barcos que faz a travessia para Hong Kong e China é também cortado. Basicamente, para além dos jornalistas e autoridades competentes para o efeito, mais ninguém anda na rua e tudo está fechado.

Typhoon #Hato has made landfall over #Macau to the west of #HongKong. pic.twitter.com/Ytrv2ZEfao

— Met Office Storms (@metofficestorms) August 23, 2017

Tranquila com a nortada

O meu primeiro T8 (agora já percebem o que quero dizer!) foi em 2014. Choveu torrencialmente durante toda a noite. O tecto da minha casa parecia querer ceder. O barulho da chuva a cair assustava, mas o sono venceu-me. Ao acordar, a chuva estava claramente mais calma, e as inundações na zona onde vivia já se faziam notar. Convicta das minhas funções arranjei-me e segui para o trabalho. Claro que dei com a cara na porta e ao ligar à minha editora lembro-me de lhe dizer “Mas Joana, já vivi nortadas mais fortes”.

Os anos foram passando, não me lembro de outro T8 com tanta chuva. Tenho na memória, em 2017 um T8 que nos pareceu um T3, arrisco dizer, um T1 mais chateado. Eu, cliente assídua das praias da Barra e da Costa Nova, voltava a reforçar: “Malta, vocês já foram a Aveiro? A nortada é mais forte do que este tufãozinho. Meninos”.

Cheira a esturro

Sempre fui muito interessada em fenómenos da Natureza. Todos eles. E portanto, sempre que há um anúncio de um tufão, lá vou eu pesquisar. A força, a previsão, o significado do nome, comparar observatórios. Lá por casa faziam pouco de mim, mas as minhas costas aguentam bem esse peso.

O Hato vinha cheio de força. Parecia grande. A dúvida pairava entre as nossas quatro paredes, íamos ou não trabalhar no dia seguinte? Às 07horas da manhã do dia 23 de Agosto de 2017, da nossa varanda o céu parecia querer brindar-nos com um bonito dia de sol. Nas nossas apostas de T1, T3 ou T8, já me sentia a perder por ter apostado no mais forte. Comecei a preparar-me para ir trabalhar quando recebo uma mensagem de uma colega a dizer que seria T8. Ainda tive dúvidas.

Éramos quatro naquela casa. Mais do que isso. Quatro pessoas convictas que “só vinha uma chuvada”. A chuva veio, com ela o vento e tive a sensação que o prédio baloiçava. “Isso deve ser da fome”, disse-me a Leonor.

@Sofia Mota, jornalista no Hoje Macau

Num piscar de olhos

Na minha cozinha, a preparar o pequeno-almoço para saciar a fome matinal que supostamente me estava a fazer falhar as pernas, ouço aquilo que me pareceu um vidro partir. Olhei pela janela e achei que para além de esfomeada estava a delirar. Voavam janelas, tijolos, pedaços de panos e ouviam-se berros.

Corri para o quarto – por ter a janela maior – e já o Pedro estava junto ao parapeito da janela com o ar mais espantado do mundo. “O que é isto?” Era o Hato. Tinha chegado. Em força. E em segundos. E enquanto não percebiamos o risco de estar junto à janela, assistimos a tijolos a dançar entre os ventos, sem nunca tocar no chão, janelas a serem arrancadas, folhas que voam de dentro das casas, brinquedos, tecidos de cortinas, lençóis, um vizinho desesperado agarrado à janela como se fosse possível ganhar aquele braço de ferro com a fúria do Hato.

Ao olharmos para o nosso lado direito assistimos ao que jamais esquecerei. Gradualmente formava-se um lençol de água com metros de altura. Como se por magia alguém fizesse aquelas águas subir. Um manto que se mostrava impenetrável e preparado para destruir. A adrenalina é das melhores coisas que podemos sentir. Mas faz-nos ser irracionais. E nessa irracionalidade mantivemo-nos ali, os quatro, até o manto atingir com força máxima a nossa janela. Foi nesse momento que sentimos pela primeira vez – ou pelo menos que nos consciencializámos – que aquele bicho não estava nada bem disposto. O vidro da nossa janela quis saltar fora e com a percepção de que algo podia correr muito mal, fugimos do quarto arrastando o que podíamos para evitar estragos maiores. Uma das nossas janelas não teve a vida facilitada e viu-se torcida com a força do Hato. Leram bem, o alumínio torceu.

Importa referir que mais tarde, decidimos “agarrar” a janela atando-a com atacadores das nossas sapatilhas. Sem julgamentos alheios, por favor. Nada se torna racional naquele momento. E se há altura em que nos transformamos em Macgyver, é ali, naquele momento.

@Sofia Mota, jornalista no Hoje Macau

Plano de fuga

O vento gritava pelo nosso corredor. O barulho era assustador e a determinada altura acreditámos que as janelas da nossa varanda iam rebentar. Criámos aquilo que podemos chamar de abrigo junto à porta de casa, para que num momento mais sério, pudéssemos sair para as escadas de incêndio. Por esta altura já pouco falávamos uns com os outros e o ambiente estava mais sério. O Hato não estava para brincadeiras.

Pareceram-me horas. Não sei quanto tempo foi. Tenho ideia que foi muito. Definitivamente não eram as minhas pernas. A casa baloiçava e nessa dança mandaram-nos evacuar o edifício. Ora, nós vivemos num 17.º andar, a vizinha estava numa cadeira de rodas e os elevadores seriam desligados. A tarefa não parecia ser fácil. Mas lá conseguimos convencer os seguranças a manter um elevador ligado por mais uns minutos.

Antes de sair de casa a Liane com a caneca de café com leite na mão olhou para mim e perguntou-me: o que é que levamos? E na minha irracionalidade do momento mando para o ar:

– Passaporte?

E com a maior naturalidade ouço em resposta:

– Isso e o meu portátil que gastei uma pipa de massa há pouco tempo. Não o vou deixar!

Ao descer, volto a olhar para a Liane e pergunto, como se ela tivesse todas as respostas do mundo guardadas no bolso: ok, temos de sair do prédio, mas vamos para onde?

As perguntas disparatadas – que agora nos fazem rir, mas na altura nos pareciam ser a coisa mais acertada a perguntar – continuaram. Mas estas são as que guardei na memória.

Macau Concealers /Facebook

Tempo de silêncio

Reunidos junto ao átrio do prédio, cada vez chegavam mais pessoas. Janelas que saltaram fora, vidros partidos, muitos relatos idênticos. Algumas pessoas feridas e sem acesso a cuidados médicos. No prédio ao lado pessoas presas nos elevadores, uma mãe em lágrimas pelos cortes que o rebentamento de uma janela provocara na filha. A chuva tinha parado, o vento também. Lá fora as ruas tinham por elas espalhadas motas, vidros, árvores.

– Acabou? – mandei para o ar – Isto já acabou? – A resposta era óbvia. Não. E a pior parte estava para chegar.

Ser-me-á sempre muito difícil descrever o silêncio que se sentiu naquele momento. Estávamos no olho do Hato. O vento não existia, o ar era quente. A imagem era digna de filme de Hollywood. Uma libélula pousou junto ao meu pé. Outra mais à frente. Curiosos – a culpa é da adrenalina – fomos a passos lentos até à estrada e olhámos o céu. Parecia-nos o dia mais calmo que o mundo já tinha assistido. O silêncio era profundo. É inexplicável. Não fosse a premonição de que algo não estava bem, tudo parecia estar bem. Muito bem.

@Sofia Mota, jornalista no Hoje Macau

A cauda

A contemplação foi interrompida por um grito do segurança do prédio. Não podíamos estar ali e estava na altura de regressar a casa. Afinal, tudo parecia estar bem com o edifício.

Antes de regressar ouvimos no átrio: preparem-se agora para a cauda.

A cauda chegou e chegou com toda a força. O que estava meio destruído ficou totalmente destruído e o que não estava, passou a estar. A nossa casa parecia querer rebentar tal era a pressão que os ventos faziam. As péssimas notícias enchiam-nos os telemóveis. Amigos feridos, mortes e muita destruição. O ambiente estava cada vez mais pesado e já só desejávamos que tudo terminasse o mais rápido possível.

@Sofia Mota, jornalista no Hoje Macau

Num só som

O assobio começou a perder força. As janelas pareciam relaxar. Sentimos que estávamos perto do fim daquele pesadelo. Embora ele estivesse agora por outras terras a assustar outras pessoas. Perdemos a luz e a água e o calor era tanto que nos desfazíamos em suor. 

O dia seguinte foi caótico. Ninguém estava preparado para encontrar uma terra desfeita. As deslocações eram caóticas, em certas partes de Macau a água e a luz continuavam por aparecer. E foi nesse turbilhão de emoções, frustrações e condenações que a magia aconteceu. Em cinco anos nunca assisti a uma união em uníssono. Nunca assisti ao poder da união como tive o privilégio de assistir por aqui. Macaenses, portugueses, chineses, australianos, franceses, filipinos, tailandeses, éramos tantos por todos nós. Cada um soube qual era o seu lugar. E seguindo ordens uns limpavam, outros distribuíam, outros cuidavam, mas todos trabalhámos juntos.

E quem não o fez…bem, quem não o fez ficou no esquecimento de um dos dias mais belos a que Macau já assistiu.

@Sofia Mota, jornalista no Hoje Macau

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Não sei se o azul combina com o vermelho ou se este ano os corsários estão na moda. Não decoro nomes, mas memorizo caras. Embora depois confunda tudo…

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#amar #amor #escrever #blogportugal #inspiracao
[ ✨ Continuo a impressionar-me com o ser humano. [ ✨ Continuo a impressionar-me com o ser humano. É uma máquina de surpresas e coisas inesperadas tantas vezes injustificáveis ao olhar dos mortais. Estou cada vez mais certa de que somos capazes de tudo, mesmo o que achamos ser impossível. 

Dizia-me um médico, que mais do que isso meu amigo é, que “está cientificamente provado que o impossível não existe”. Um bocadinho influenciada pela admiração que lhe sinto, amei a ideia. 

A experiência dos 21 dias continua muito presente no meu pensamento. Muitas vezes de forma involuntária e quase inconsciente. Não procuro pensar sobre o que foi, o que mudou, se é que mudou alguma coisa. Não procuro sequer atribuir-lhe um sentido, nem um valor que a sociedade diz que não deve ter. É o que é, para cada um de nós. 

No entanto não posso deixar de notar nesta capacidade que temos de tornar tudo muito “normal” quando passa a ser a nossa realidade. O ser humano é de hábitos e até a montanha mais difícil de escalar, nós, os humanos, desde que lá, a tornamos a nossa habitual e tranquila realidade. Somos elásticos e adaptamo-nos de forma impressionante. 

O isolamento tornou-se um hábito e, por isso, a minha realidade. No entanto, só o soube já “cá fora”, quando confrontada com o número de pessoas na rua, o barulho dos autocarros, a falta de tempo para mergulhar na minha própria rotina, suspensa algures no tempo. Uma exigência de todos e de mim mesma naquilo que seria o meu normal.

Desse lado muitos de vocês quiseram saber como foi regressar. “A que é que sabe a liberdade?”, alguém perguntou. 

A liberdade soube-me a azedo. Foi confusa, faltou-me tempo para respirar e dei por mim a roçar uma espécie de síndrome de Estocolmo com o isolamento. Foi confuso e o meu corpo fazia-o notar.

Acordava sem noções de que horas seriam, o apetite raramente existia e quando surgia tinha horas muito esquisitas para o fazer. 

Acordava às 3 da madrugada com fome e uma hora depois, mesmo de estômago cheio, estava esfomeada. 

Esquecia-me de tomar o pequeno-almoço e nunca me lembrei de jantar. Às 09 da manhã sentia-me cansada como se fossem 22horas e às 22h estava a dormir desde as 19h.

(Cont. 👇🏻)
[ Quando era mais nova gostava de me trancar na sa [ Quando era mais nova gostava de me trancar na sala. Colocava a música bem alta, afastava os sofás e criava a minha pista de dança. Aproveitava quando ninguém estava em casa. 

Ria. Ria muito com os meus passos de dança, com os pulos e dava por mim a gargalhar até cair no chão de exaustão.

Sem ouvir a porta de entrada a abrir, foram algumas as vezes que fui apanhada pela minha mãe que sorria perante o espetáculo. Quando eram os meus irmãos a apanhar-me, não me livrava de uma semana de chacota, risinhos e apontar de dedos. 

Nunca percebi porque é que a dança do outro era motivo de zombaria, mas percebi cedo que dançamos todos de formas muito diferentes.

Ontem, sozinha em casa, liguei o sistema de som mais alto do que o costume e senti-me a viajar no tempo. Lembrei-me aos pulos, de olhos fechados e a gargalhar com a música, com a dança. 

Voltei a mim e senti-me presa a um corpo cheio de pudor. Cheio de rótulos, ideias sociais e definições de ridículos. Tive pena de nós. 

Daqueles que levam a vida demasiado a sério. Daqueles que se deixam levar por normas criadas por outros. 

Daqueles que limitam a sua própria felicidade e, até, a sua forma de se expressar. 

Que me interesse se o outro não gosta, ou não acha bem, se dançar me faz tão feliz?

Pensei em todos nós, humanos. Que aprisionamos vontades e desejos. Que nos deixamos tornar tão adultos que, vejam só, já não dançamos. 

E invejei os “ridículos”, os que dançam até cair a gargalhar. Os que pulam, pulam tão alto que quase voam. 

Invejei os que fecham os olhos, sentem os pés a sair do chão e o corpo a tornar-se cada vez mais leve. 

Invejei os que deixam que a alma dance. A sua própria dança, com os seus próprios movimentos. 

Invejei os que não deixam a inocência infantil morrer e quis muito dançar. Dançar até me faltarem as forças. Dançar, escrever, cantar, ler, correr, cozinhar, pintar, jogar... qualquer coisa que realmente me faça feliz. 

Quis despir-me de preconceitos e ser! Ser tudo aquilo que quero ser, sem me importar que os meus irmãos voltassem a entrar na sala, sem me importar com os olhos alheios, opiniões e dedos apontados. Existir sem me importar. Ser feliz sem me preocupar.

(Continua 👇)
[ ✨ Colocamos muitas vezes nas mãos do outro a [ ✨ Colocamos muitas vezes nas mãos do outro a tarefa de nos amar. Queremos que nos ame, que nos ame com alma, que nos garanta o seu amor. Que o prove. Que não haja qualquer dúvida. Em jeito de retribuição, por todo o amor que também lhe sentimos. 

Queremos receber no mesmo peso e medida, e se for um bocadinho mais, ainda melhor. 

A felicidade, para nós, os distraídos, vive nesse pedacinho da vida, nesse amor que o outro tem para nos dar. No sentir. E se, por desastre, ele nos falta, ficamos desolados, destruídos, magoados. 

Vamos aprendendo que não há amor que dure quando ele não vem de dentro, quando as suas bases não foram construídas de dentro para fora. Dentro de nós. 

Não há amor que seja suficiente quando colocamos aos ombros do outro a responsabilidade de nos fazer sentir amados. 

Não há amor que dure quando esse amor não começa na revolução de sermos quem queremos, livres. E de nos gostarmos assim, completos. 

Não há amor que dure quando os nossos olhos não conseguem enxergar beleza em nós. Naquilo que somos. Naquilo que fazemos. No que já construímos. 

Não há amor que dure quando em nós atribuímos todas as culpas das falhas que somos, dos erros que  cometemos. Não há amor quando não nos permitimos a compaixão. O nosso perdão. 

Não há amor que dure quando não somos capazes de nos amar. Para assim, e só depois, amar o outro. 

Aquele que se ama, ama o mundo. Ama desmesuradamente. Ama profundamente porque sabe que em si só há uma coisa: amor. 

Hoje, e tão hoje, começa de ti para o outro. Ama tudo o que és, tudo o que conseguiste, a tua gargalhada e as tuas lágrimas. 

Ama a tua força e a tua tontice. Ama as tuas fraquezas. Ama a tua capacidade de no meio de caos ser serenidade. Ama também quando és o caos. 

Começa por aí e saberes que a melhor fonte de amor está em ti. ♥️] 

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