Sou defensora de que tudo deve ser suportado por um contexto. Uma notícia, um artigo de opinião, um julgamento. O contexto é crucial para percebermos e interpretarmos uma informação ou até alguém. Todos nós temos o nosso contexto e o FAR também tem o seu. Vamos tratá-lo assim, por FAR. Para além de ser o seu nome, custa-me olhá-lo como alguma coisa pouco importante que nem direito a nome tem. É um projeto, um blog, um espaço ao qual tanto amor entrego. Vamos, assim, por FAR, atribuir-lhe quase uma identidade jurídica. O nosso FAR.
Cruzei-me com a sigla FAR quando me iniciei como jornalista na Agência Lusa. F de Filipa e AR de Araújo. O trocadilho “far far away” deixava-me em pulgas. A vontade de ir, viajar, explorar, conhecer pessoas e lugares vazios delas sempre me deixou ansiosa e muito entusiasmada. Cada fim-de-semana em casa era uma perda de tempo para mim. Agora, mais velha, passada a barreira dos 30, percebo que o tempo em casa, partilhado com aqueles que amamos, é igualmente entusiasmante e reconfortante, como se de uma nova aventura se tratasse. Amar é já por si uma aventura. A maior da nossa vida, parece-me.
Aliada à vontade de ir, está a vontade de provar novos sabores, novos pratos, dar uma trinca nos melhores sabores do mundo. A comida é cultura, é partilha, é arte, é dar de si ao outro, são carícias, é carinho e, no fundo, voltamos ao ponto de partida, é amor. Eu não sei cozinhar, posso tentar imitar receitas, até podem ficar saborosas, mas acredito que só sabe cozinhar quem o faz por gosto. Quem comunica com os ingredientes, quem os sabe unir para atingir o melhor de cada um deles. À volta de uma mesa somos todos iguais, feitos do mesmo, da partilha, da vontade, uns mais picantes, outros mais doces, mas conhecemos muito de nós mesmos e dos outros quando partilhamos uma refeição. É o nosso momento. O momento de estar uns com os outros. Adoro percorrer os restaurantes de rua do Vietname, muitas vezes sentada no chão, não dispenso o sabor a mar do nosso peixe, delicio-me com os picantes indianos e tenho a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo à cabeceira.
Entre viagens e comidas, que já por si são atos de amor, quis que o FAR fosse um bocadinho mais do que um espaço de ir, voltar e degustar. Quis que fosse o refúgio, o meu, o vosso, o nosso. Um lugar onde partilhamos histórias de amor, desabafos, momentos nossos mas que por serem partilhados chegam a alguém que precisa, que se identifica ou que quer apenas ler as nossas palavras. A secção amor é um espaço nosso, onde espero receber os vossos relatos, os vossos pedacinhos. Escreveremos sobre tudo. O nosso avô, a saudade, a frustração, os sonhos, as amizades, as ruas do nosso bairro, a nossa vizinha, os nossos medos. Seremos nós, sem capas de proteção, sem disfarces. Nós, no nosso todo, a partilhar.
O FAR é um projeto adulto. Desde o dia em que a ideia surgiu já passaram mais de 10 anos. E agora perdeu a sua timidez.
Está pronto para o mundo.
Olá Mundo!
Vou ser um fiel seguidor porque dás vida ao que escreves, fazes sentir, viajar, descobrir…
Do coração para o farblog.pt
Obrigada. Fico tão contente por ler isso! 🙂 Espero que continues desse lado, a viajar! 🙂